Sem nenhum temor a equivocar-nos, M-19 e sem dúvidas umas das bandas, mas clássicas e competentes do THRASH
metal gaúcho, que conseguiu atravessar a pior das fronteiras, o tempo…
Com novo disco, aproveitamos pra conversar com a banda pra contar nos das novidades.
1- Me fala um pouco da história da banda, ano, início de
atividades, material,gravado, troca de integrantes, etc...
A M-19 iniciou em 1989. Tínhamos
a idéia de fazermos um som mesclando as influências da escola alemã, tais como
Kreator e Destruction com a escola americana de Thrash Metal, Slayer e Exodus.
Inicialmente gravamos a demo-tape MANIFEST OF INSANITY, a famosa
demo-tape do Smurf Headbanger. A capa tinha um smurf metaleiro. Acredito que
tenha sido a terceira demo de bandas gaúchas de Thrash Metal. Nessa época
contávamos com Iuri Dall Olmo na guitarra e Marco Polo Fregapani na bateria.
Em 1990 Jr. Vives entra na banda. Acredito também que tenhamos
sido a primeira banda de Thrash Metal a tocar no Opinião, que na época era um
bar bem pequeno.
Posteriormente, Iuri e Marco Polo deixam a banda e ingressam nos
seus lugares, Marcos Aguilar e Carlos Armani, quando gravamos a coletânea
THRASH, HEAVY AND LOUD. A música Roots of Wrath abriu a coletânea.Gravamos
ainda a segunda demo WHEN A PROMISES IS BROKEN, que teve ótima repercussão
regional e nacional. Tanto que gravamos, em cd,
a coletânea Garimpo, produzido pelo Clemente dos Inocentes. Neste
período tocamos duas vezes em São Paulo e em várias cidades do interior do
nosso estado.
Em 2000 fizemos uma parada até 2011. Quando voltamos, gravamos, no
Estúdio Hurricane, o álbum, MISSION:DESTROY, com a seguinte formação, Wilmar
Filho (baixo e voz), Jr.Vives (guitarra), Iuri Dall Olmo (guitarra) e Carlos
Armani (bateria), que teve também uma ótima repercussão. Tocamos em Santa
Catarina, Minas Gerais e várias cidades do Rio Grande do Sul.Agora estamos
divulgando o album SIC SEMPER TYRANNIS, que saiu em dezembro último. A formação
que gravou o cd é Wilmar Filho (baixo e
voz), Jr.Vives (guitarra), Rógenes Morais (guitarra) e Rafael Kniest (bateria).
2 – Sabemos que a banda vem das antigas, tens como fazer um
paralelo de como era o cenário de Porto Alegre, na época, como o cenário atual?
Hoje em dia, as condições de divulgação das bandas, através das
mídias sociais e aplicativos de música, são muito mais fáceis do que no início
da banda, no final dos anos 80.
Agora você pode divulgar o seu trabalho quase que
instantaneamente, o que não acontecia antes. Você lança um material e em poucas
horas já chegou ao conhecimento de várias pessoas, em diferentes cidades e
países.
Todavia, vejo que o comparecimento aos shows de bandas locais é
reduzido em relação ao passado. Parece que os novos bangers preferem curtir as
bandas em casa, a irem aos shows, principalmente, em shows de bandas locais.
Antigamente, o pessoal comparecia mais aos shows. Tenho observado
que nos shows de hoje em dia, a maioria do pessoal que comparece, continua
sendo aqueles que iam aos shows naquela época.
Isso de forma alguma é uma reclamação. Apenas uma constatação. É
uma nova maneira de se curtir música. Se os novos tempos dão uma oportunidade
de maior visibilidade através dos meios telemáticos, por outro lado, a emoção,
o sentimento da música, que tem maior ênfase nos shows, ficam um pouco
prejudicados.
3 – Mudando um pouco de assunto, que achas da situação atual do
Brasil?
As músicas ENDEMIC DISEASE e THERE ARE NO MURDERERS IN PARADISE,
que estão no nosso último álbum SIC SEMPER TYRANNIS, tratam um pouco sobre este
tema Sic Semper Tyrannis é uma abreviatura de “Sic semper evello mortem
tyrannis”, que traduzido livremente do latim para o português seria “assim
sempre eu erradico a vida dos tiranos”. Aqui tentamos passar a ideia de que
precisamos ficar atentos aos nossos governantes.
Em
THERE ARE NO MURDERERS IN PARADISE é dito que há corrupção por todos lados, não
importando se é da direita ou da esquerda. Se forem corruptos ou incompetentes
devem ser criticados e, se for o caso, “eliminados”. Claro que essa eliminação está no sentido figurado. Não podemos ficar cegos pelas nossas
ideologias partidárias. O problema não é ser de direita ou de esquerda. O
problema são as pessoas que deturpam uma ideologia, para aplicá-la em benefício
próprio. Em ENDEMIC DISEASE falamos que essa corrupção é uma espécie de doença
endêmica, uma doença moral de grande parte da população, seja na política ou
até mesmo nas coisas do cotidiano. A gente sempre quer levar uma vantagem. Isso
vai desde não devolvermos o troco, quando recebemos a mais, como em transações
de negócios ou mesmo na política. Como a música diz, isso é um câncer moral e
devemos deixar de agir desse jeito. São novos tempos, e precisamos nos curar
dessa doença moral.
4 - Na tua visão de velho
rocker, o que falta para as pessoas poderem viver em paz, e voltarem a
acreditar num futuro melhor.
Acredito que a primeira coisa é fazermos uma análise interna.
Deixarmos de lado a importância que damos a vida dos outros. Precisamos cuidar
de nos mesmos, reformando nossas idéias
e pensamentos. Precisamos contribuir para paz do mundo com um comportamento
individual, igualmente, de paz. Quem planta ventania, colhe tempestade. Ás
vezes fico observando comentários nas redes sociais das pessoas que postam algo
e sempre tem alguém, que muitas vezes sequer conhecem aquela pessoa, para dizer
que não concorda, que não gostou. Ora, se não concorda, se não gostou, não
fique perdendo tempo, com discussões. O ser humano necessita muito de auto
afirmação. Com esse comportamento belicoso, estamos sempre em pé de guerra, em
posição de ataque. Então, entendo que, quem age desta maneira, não conseguirá
nunca ter paz. A serenidade e a paz, que tanto almejamos, precisam ser
praticadas, pensadas, sentidas. Caso contrário, não conseguiremos alcançar a
paz tão desejada. Um futuro de paz é feito com atos de paz no presente.
5- Me fala um pouco do novo cd, sabemos que teve uma ótima
recepção.
Nós
lançamos o álbum no dia 7 de dezembro passado. Alguns dias depois estávamos
figurando em algumas listas como melhores do ano. Isso realmente nos
surpreendeu, pois praticamente não havíamos feito nenhuma divulgação do álbum.
Conseguimos vender uma grande quantidade de cds do álbum, não só no na nossa
cidade, como também em outros estados e no Uruguai e Argentina. A produção foi
feita no Estúdio Hurricane, com um tal Sebastian Carsin. Conheces? Não precisa dizer muito. A produção
ficou excelente e as músicas foram bem pensadas e trabalhadas. Sem querer
parecer convencido, mas o álbum está muito bom mesmo. Rápido, pesado e com
bastante variações rítmicas, no melhor estilo THRASH/DEATH.
6 – Mensagem final e expectativas futuras.
Quando os shows voltarem a acontecer, vamos tentar tocar o máximo
possível. Tentar ir a outros estados e no exterior. E, sinceramente, espero que
isso aconteça o mais rápido possível.
Neste período de isolamento ouça muito Metal…ouça discos, cds,
plataformas digitais, aqueles álbuns que você não escuta a tanto tempo. A
música tem o poder de renovar o seu ânimo…Abraço (virtual, né…) a todos….STAY
METAL!
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